O Clássico das Mutações, ou I Ching (Yìjīng易經), é um dos mais importantes tesouros da civilização chinesa. Uma de suas utilizações tradicionais é como oráculo. Um oráculo é como uma bússola: deve ser utilizado quando precisamos encontrar a direção certa a seguir diante de uma situação desafiadora. Isto é, é uma ferramenta que nos ajuda a reconectar-nos com nossa própria sabedoria interna. Mas é importante compreender que o I Ching não nos diz o que fazer nem elimina a responsabilidade de avaliar uma situação, tomar decisões e colocá-las em prática.
Que é o I Ching?
Além de ser considerado um tratado filosófico, o I Ching (Yìjīng易經) tem sido utilizado como oráculo há milênios, na China, e seu uso se espalhou mundo afora, principalmente a partir do século XX. Ao formular uma pergunta, obtemos uma resposta sob a forma de um ou mais hexagramas.
A estrutura do I Ching
O que chamamos de hexagrama é uma imagem simbólica formada por seis linhas sobrepostas. Por sua vez, um trigrama é uma imagem simbólilca formada por uma combinação de três linhas. Em ambos os casos, as linhas só podem ser Yin ⚋ ou Yang ⚊. Sendo assim, hexagramas e trigramas são combinações de Yin e Yang. Um hexagrama é composto por dois trigramas, superior e inferior, ou externo e interno. E. por sua vez, um trigrama é uma imagem simbólica básica que representa um aspecto da natureza.
Os Trigramas
São oito trigramas: ☰ Criativo, mais conhecido como Céu; ☷ Receptivo, mais conhecido como Terra; ☴ Suavidade, mais conhecido como Vento; ☳ Movimento, mais conhecido como Trovão; ☲ Aderir, mais conhecido como Fogo; ☵ Perigo, mais conhecido como água; ☱ Alegria, mais conhecido como Lago; e ☶ Quietude, mais conhecido como Montanha. É a combinação de dois destes símbolos que forma uma imagem mais complexa, o hexagrama, que mencionamos acima.
Os Versos
Além das imagens dos trigramas e hexagramas, criadas por Fuxi, a versão do livro que chegou até nossos dias contêm textos de duas épocas diferentes. Os mais antigos são os Versos da Decisão e os textos das linhas, atribuídos respectivamente ao rei Wen e o Duque de Zhou, fundadores da dinastia Zhou ( por volta de 1046 a.C.), e também a Grande e a Pequena Imagem, versos compostos pelo filósofo Confúci (por volta do século V a.C.). O texto, em versos, esclarece e complementa o sentido das imagens. Se quiser saber mais detalhes sobre o conteúdo do Clássico e seus autores, assista o vídeo abaixo:
Para que serve o oráculo?
Os 64 hexagramas do I Ching são o instrumento pelo qual se pode determinar o significado de 64 situações típicas. (…) a tradição supõe que se podem fazer perguntas ao I Ching e esperar receber respostas inteligentes” (C.G. Jung, no prefácio à tradução do I Ching de R. Wilhelm).
O famoso psicólogo suiço C.G. Jung, foi o autor do prefácio à tradução do I Ching elaborada pelo sinólogo alemão Richard Wilhelm, umas das mais conhecidas em países ocidentais. Jung valorizou o texto como uma ferramenta de autoconhecimento. Pois seus símbolos nos permitem acessar a sabedoria de nosso próprio inconsciente. As imagens formadas na consulta oracular são coerentes com à realidade devido ao princípio da sincronicidade. Assim, o oráculo nos ajuda a refletir sobre o sentido do que nos acontece.
Mas, para consultá-lo com sucesso, precisamos compreender bem seu simbolismo, saber como elaborar uma pergunta, utilizar o método correto da consulta oracular e interpretar sua resposta.
Quando não possuímos todos estes conhecimentos, podemos recorrer a alguém que realize estes procedimentos para nós. Como estudioso e praticante da tradição taoista, é isto que me proponho a oferecer aqui. Para isso, ministro regularmente cursos de introdução ao I Ching, mas também trabalho com consultas oraculares. Se desejar agendar uma consulta, presencial (somente em Brasília – DF) ou online (em qualquer parte do mundo), basta entrar em contato comigo aqui no site, com o tema “consulta oracular”, ou enviar uma mensagem para meu perfil no instagram qigongtaoista.