Clássicos : 3. o I Ching como “mapa do universo”

Nesta terceira postagem da série Clássicos, o assunto ainda é o Clássico das Mutações (Yìjīng 易經). Oito trigramas, resultantes da combinação de yīn e/ou yáng em grupos de três linhas  sobrepostas representam os fenômenos básicos da natureza: ☰ Céu e ☷Terra , ☴Vento e  ☳Trovão, ☲Fogo e ☵Água, ☱Lago e ☶Montanha.

céu anterior
Configuração pré-natal do Bāguà

Na configuração pré-natal, ou do Céu Anterior, os trigramas estão dispostos em uma relação de oposição complementar, expressando o estado potencial,  anterior à manifestação. Por sua vez, agrupados aos pares, os trigramas formam 64 combinações possíveis, os hexagramas, combinando duas imagens aparentes, os trigramas superior e inferior, e contendo mais duas imagens escondidas, os trigramas nucleares.  Esses são os emblemas de 64 situações distintas, sempre momentos de um processo. A mudança de uma situação para outra é representada pela transformação de uma ou mais linhas, de yīn para yáng ou vice-versa. Assim,  um hexagrama poderia se transformar em qualquer um dos outros sessenta e três hexagramas, indicando a mutabilidade e imprevisilidade do fluxo dos acontecimentos. Já que contém imagens que podem representar qualquer fenômeno ou situação, o clássico permite compreender circunstâncias concretas e fornece orientações para resolução de problemas específicos. Uma pessoa sábia é aquela que sabe se posicionar favoravelmente diante das circunstâncias, mesmo as aparentemente mais desfavoráveis. Isso se chama “estar de acordo com o tempo”. E é esse posicionamento sábio que é a meta da consulta oracular, objeto da próxima postagem da série.

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