Clássicos: 1. o Tao e o I Ching

Esse mês teremos postagens sobre textos clássicos taoistas estudados em nossa linhagem. A transmissão taoista do mestre Liu Pai Lin afirma que o Clássico das Mutações (Yìjīng 易經), mais do que um oráculo, é uma descrição dos segredos do universo e uma chave para vários treinamentos taoistas.

Suas origens se perdem nas brumas do tempo. Antes de ser um livro, era um conjunto de símbolos, cuja criação foi atribuída a um sábio primordial legendário: Xī, um dos imperadores míticos criadores da civilização chinesa, que teria vivido no terceiro milênio antes de Cristo. Utilizou uma linha interrompida () para representar yīn() e uma linha contínua (), para yáng (). Com as linhas, compôs os oito trigramas. E com esses, os 64 hexagramas.

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Fuxi, pintura em seda da dinastia Song.

Assim, formulou imagens que permitiriam representar simbolicamente todos os fenômenos e situações como combinações diversas de yīn e yáng, sejam fenômenos naturais, eventos históricos, relações sociais, instituições, objetos, etc.  A vantagem de imagens simples e sintéticas, no caso, sequências de seis linhas horizontais formando um hexagrama, é que podem evocar diferentes sentidos conforme a situação. Assim, codificam uma compreensão de como o universo funciona e ao mesmo tempo descrevem um evento ou circunstância particular, quando surgem como resposta a uma consulta oracular. Entender seu simbolismo exige uma combinação do  conhecimento intelectual dos sentidos tradicionais das imagens e do significado do texto que as elucida, aliado a uma apreensão intuitiva das nuances do símbolo e de seu sentido contextual. No mês de agosto, estarei em Goiânia para ministrar um curso de introdução ao I Ching.

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