Na postagem de hoje da série medicina tradicional chinesa, abordaremos mais uma das terapêuticas clássicas, o uso das ventosas. Ainda que seu uso na China seja atestado desde a antiguidade, não é uma exclusividade da medicina chinesa, sendo conhecido também na antiga medicina grega, na medicina medieval europeia e inclusive aplicada no interior do Brasil na primeira metade do século XX, como tive a grata surpresa de descobrir. Basicamente, é utilizado um copo, de argila, bambu, chifre, vidro, ou mais, recentemente, de acrílico. Utilizando-se o calor do fogo, o vapor da água fervente ou uma bomba a vácuo, o ar é retirado do copo de ventosa.
Isso cria uma pressão negativa na região do corpo em que ela for aplicada. No contexto da medicina tradicional chinesa, as ventosas são utilizadas para promover o fluxo de qì e Sangue no jingluo. Promovem também a remoção de fatores patogênicos externos. Podem ser combinadas com outros métodos como guasha, sangria e acupuntura, segundo as características do caso clínico. Por estimularem a circulação, tem um efeito desintoxicante. A pressão negativa também descomprime os tecidos e, especialmente no caso da ventosa deslizante, relaxa a musculatura. A cor da pele após a aplicação pode ser examinada para fins diagnósticos: basicamente, quanto mais escura maior o nível de estagnação.
Além disso, variações na coloração e na textura da pele também oferecem indicações úteis, da natureza do processo de adoecimento e da resposta ao tratamento. Por fim, a ventosaterapia é também uma técnica prazerosa e relaxante, que prepara o corpo para receber outros tratamentos numa mesma sessão.